No palco do Conec 2025, o painel “SinergIA Digital – O futuro inteligente do corretor de seguros” reuniu alguns dos principais líderes do mercado para discutir como a inteligência artificial já está transformando a profissão.
Estiveram presentes:
Amit Louzon — CEO da Ituran Brasil
Edson Franco — CEO da Zurich Seguros Brasil
Eduard Folch — Presidente da Allianz Seguros
Eduardo Borges — Vice-presidente do Grupo Autoglass e head da Maxpar Assistências
Fábio Ventura — Superintendente Comercial Regional RJ/ES da SulAmérica
Marco Antônio Messere Gonçalves — Presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros
Edson Fecher — 1º tesoureiro do Sincor-SP
Rogério Freeman — 2º secretário do Sincor-SP
IA como motor de produtividade e estratégia

O debate deixou claro que a IA é uma aliada poderosa. Marco Antônio Messere Gonçalves lembrou que, por décadas, o setor discute a importância do cross-sell e up-sell, mas só agora a tecnologia viabiliza essa prática em escala. Segundo ele, ferramentas de IA já permitem identificar quando um cliente está prestes a cancelar um seguro, qual produto oferecer em seguida e até a incoerência de determinadas contratações — como apólices de RCF de apenas R$ 50 mil para veículos de alto valor
Essa visão foi reforçada por Eduard Folch, que destacou a capacidade da IA de criar comunicações personalizadas, desde um e-mail até campanhas inteiras de marketing, moldadas ao perfil de cada cliente. Para o executivo, a grande oportunidade está em retirar da rotina do corretor as tarefas repetitivas e analíticas, liberando tempo para a atividade consultiva, onde a confiança é construída.
Exemplos práticos e acessíveis
Amit Louzon trouxe para o painel um tom prático, citando como a Ituran já utiliza IA para analisar big data de veículos e criar mapas de risco em tempo real, reduzindo tempos de atendimento de 50 para apenas 20 minutos. Para ele, a grande vantagem para os corretores está em automatizar processos de renovação, avisos e lembretes de clientes, ou mesmo a emissão de apólices e boletos, deixando o corretor livre para atuar como consultor de confiança.
Já Eduardo Borges ressaltou que os custos de acesso às novas tecnologias caíram drasticamente, tornando-as viáveis também para pequenas corretoras. Ele citou a adoção de chatbots, assistentes virtuais e soluções de backoffice, além do investimento da Maxpar em tecnologia para apoiar corretores em todo o Brasil.
Fábio Ventura, da SulAmérica, reforçou esse ponto ao afirmar que a IA não é ameaça, mas sim uma ferramenta de aumento de produtividade. “Ela libera o capital humano para a estratégia, para que o corretor possa se dedicar ao que faz diferença: consultoria e proximidade com o cliente”, afirmou.
Empatia: o diferencial humano insubstituível
Um contraponto importante foi levantado por Edson Franco, CEO da Zurich, ao destacar que, embora a tecnologia traga ganhos expressivos de eficiência, nada substitui a empatia do corretor. Ele apresentou dados de um estudo internacional do Grupo Zurich: 86% dos brasileiros consideram essencial que as empresas demonstrem genuíno cuidado com suas necessidades — um dos índices mais altos do mundo. “IA ajuda, mas quem transforma dados em confiança é o corretor. Empatia não é diferencial, é essencial”, destacou.
Corretores como protagonistas da transformação
A conclusão do painel foi clara: a inteligência artificial já está incorporada ao dia a dia das seguradoras e precisa ser adotada pelo corretor como copiloto, não como concorrente. Se, no passado, a internet foi vista como uma ameaça que nunca se confirmou, agora a IA abre um caminho de escala, personalização e novas oportunidades de negócio.
Em resumo, a tônica do painel foi: “A IA é estratégica. Mas é o toque humano do corretor que transforma dados em relacionamentos e produtos em proteção.”