O avanço no processo de regulamentação das Associações de Proteção Veicular (APVs) segue despertando atenção e gerando dúvidas entre corretores de seguros em todo o país. Conversamos com o presidente do Sincor SP, Boris Ber, no Encontro de Corretores de Seguros Empreendedores, no dia 17/07 em Campinas/SP, que comentou sobre as expectativas do setor diante do novo cenário legal e fez um alerta direto aos profissionais: é hora de cautela e informação.
Segundo Boris, embora as APVs e cooperativas atuem sob a mesma ótica para o consumidor — oferecendo cobertura para veículos — há uma distinção essencial na origem jurídica dessas operações. As cooperativas, com o devido credenciamento, poderão emitir seguros. Já as APVs, ainda em processo de adequação, precisarão comprovar conformidade perante a Susep.
“Essa é a primeira grande diferença”, pontua. “Você, corretor, tem que ponderar muito a sua tranquilidade, a sua história como corretor, escolhendo companhias competentes, seguras. Muito cuidado na escolha de novos parceiros”, alerta Boris. Ele destaca que mesmo empresas hoje consolidadas começaram pequenas e enfrentaram desafios. “Várias companhias que estão no mercado passaram por crises sérias e se tornaram grandes. Mas tudo tem seu tempo.”
O presidente reforça que o momento é de análise, sem pressa. Embora mais de 2 mil APVs já tenham se manifestado junto à Susep buscando credenciamento, isso não significa que todas estejam regularizadas ou aptas a atuar como seguradoras. Ele orienta os profissionais a consultarem as informações disponíveis no site da autarquia e nos canais técnicos do próprio Sincor SP ou do Sincor de cada estado.
“Um CNPJ novo não apaga o comportamento no passado. O histórico no Reclame Aqui, por exemplo, é algo que precisa ser considerado”, enfatiza Boris.
Apesar dos desafios, o presidente se mostra confiante de que há tempo para adaptação e amadurecimento do mercado. “Não há desespero. As APVs hoje têm mais itens protegidos do que o mercado segurador tem itens segurados. Mas muita calma nessa hora. Muita informação e usem o Sincor SP.”
A fala de Boris Ber reflete a preocupação com a preservação da reputação dos corretores e reforça o papel das entidades representativas como aliadas estratégicas diante de mudanças regulatórias. Para os profissionais do setor, o caminho é claro: informação de qualidade, atenção ao histórico dos parceiros e alinhamento com instituições sérias.
