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Explosão em armazém nos EUA reacende alerta sobre seguros empresariais e gestão de riscos

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A explosão de um armazém de fogos de artifício na Pensilvânia, nos Estados Unidos, ocorrida no início do mês, levantou novamente o debate sobre a prevenção de riscos industriais e a estrutura de seguros corporativos. Embora não tenha deixado vítimas fatais, o acidente gerou grandes danos materiais e forçou a evacuação de áreas vizinhas — um cenário que evidencia a complexidade da atuação do mercado segurador em eventos de alto impacto.

Marlon Basso, Superintendente de Sinistros da REP Seguros (Foto: Divulgação)

Para compreender quais seguros são acionados, como é feita a avaliação de risco e quais os desafios na gestão de sinistros em situações semelhantes, consultamos Marlon Basso, superintendente de sinistros da REP Seguros, corretora especializada em seguros corporativos.

Quais seguros cobrem explosões em armazéns industriais?

De acordo com Basso, uma explosão como a registrada na Pensilvânia pode acionar diversas coberturas, mesmo sem vítimas fatais. “A cobertura de Incêndio, Raio e Explosão do seguro patrimonial é a principal frente para indenizar danos à estrutura do armazém e ao seu conteúdo. Porém, os impactos geralmente extrapolam os limites do imóvel”, afirma.

Entre as coberturas mais relevantes nesses casos estão:

  • Responsabilidade Civil Operações: cobre danos a terceiros nas áreas vizinhas, incluindo imóveis e pessoas afetadas;
  • Lucros Cessantes de Terceiros (se contratada): para perdas de empresas próximas que precisam paralisar suas atividades;
  • Descontaminação Ambiental: se houver dispersão de resíduos perigosos, essa cobertura pode ser acionada para custear a remediação.

“O ponto crítico está nos limites de indenização, que precisam ser compatíveis com a amplitude dos danos que um evento como esse pode causar”, destaca Basso.

Como é feita a avaliação de risco em locais que armazenam explosivos?

Empresas que operam com materiais pirotécnicos ou explosivos precisam seguir padrões rigorosos de segurança. Segundo o especialista da REP Seguros, a avaliação vai muito além de formulários: envolve vistorias técnicas presenciais, análise documental, histórico de sinistros e auditorias frequentes.

Entre os principais pontos avaliados estão:

  • Conformidade com normas e regulamentações específicas, como licenças e autorizações de órgãos fiscalizadores;
  • Eficiência dos sistemas de combate a incêndios, ventilação e segregação de materiais;
  • Existência de planos de emergência, evacuação e treinamentos periódicos;
  • Adoção de tecnologias de prevenção e monitoramento;
  • Atualização constante da documentação legal e comunicação de mudanças operacionais à seguradora.

“A manutenção da cobertura depende do cumprimento contínuo dessas exigências. Um descuido pode comprometer a validade da apólice no momento do sinistro”, alerta.

Quais os desafios no processamento de sinistros com explosões?

Em eventos de grande porte, como explosões e incêndios industriais, o processo de regulação de sinistros é especialmente desafiador. Basso enumera alguns dos principais obstáculos enfrentados pelas seguradoras:

  • Avaliação da extensão dos danos: muitas vezes feita em áreas instáveis ou contaminadas;
  • Investigação da causa: envolve perícias complexas e análise de múltiplos fatores;
  • Prejuízos a terceiros: exigem apuração de responsabilidade e coordenação com várias partes envolvidas;
  • Contaminação ambiental: acarreta custos altos e análises técnicas aprofundadas;
  • Perdas por interrupção de negócios: precisam ser calculadas com precisão;
  • Custos de evacuação e realocação: impactam diretamente a gestão do sinistro.

O episódio na Pensilvânia evidencia a necessidade de que empresas com operações de risco elevado tenham planos de seguro bem estruturados, com coberturas adequadas e gestão de risco ativa. Segundo a REP Seguros, a prevenção contínua e o suporte técnico especializado são essenciais não apenas para evitar acidentes, mas também para garantir uma resposta eficaz caso eles ocorram.

Redação
Redaçãohttps://www.novocorretornews.com.br
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