O mercado de seguros de pessoas no Brasil registrou um crescimento de 8,4% no primeiro semestre de 2025, impulsionado principalmente pelo aumento da procura por seguros com cobertura em vida. Segundo relatório da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), o setor arrecadou R$ 37,8 bilhões no período, ante R$ 34,9 bilhões no mesmo intervalo de 2024.
O dado reforça uma mudança no comportamento dos consumidores, que agora buscam por proteção financeira também durante a vida e não apenas para situações de morte. Esses seguros incluem coberturas para acidentes, doenças graves, invalidez, cirurgias, quebra de ossos e perda de autonomia.
De acordo com o especialista em seguros Gustavo Queiroga, essas coberturas já são amplamente oferecidas pelas principais seguradoras do país. “As proteções mais comuns incluem diagnóstico de doença grave, renda hospitalar, invalidez, quebra de ossos e cirurgias”, explica.
Uma das coberturas que mais chama a atenção é a de quebra de ossos, que cobre situações rotineiras e inesperadas. “A fratura óssea pode acontecer em qualquer lugar: caminhando, dirigindo, praticando esporte, tomando banho, etc.”, afirma Queiroga.
Outro destaque é a cobertura de cirurgias, que se aplica mesmo em casos que não envolvem emergência. “Essa cobertura é extremamente ampla e cobre situações que não são de urgência”, diz o especialista. Ele ressalta, porém, que procedimentos estéticos e ligados à gravidez geralmente não estão cobertos.
Casos mais graves, como perda de membros ou limitações funcionais permanentes, são contemplados pela cobertura por invalidez. “São estipulados parâmetros que definem quão ampla é a invalidez e se ela será enquadrada na cobertura”, explica Queiroga.

A perda de autonomia, outra situação coberta, ocorre quando o segurado não consegue mais realizar suas atividades diárias sem auxílio. Nesses casos, o seguro garante recursos para despesas com cuidadores ou tratamentos permanentes.
Segundo Queiroga, embora essas coberturas geralmente sejam complementares em pacotes mais amplos, é possível contratar planos focados principalmente em proteções em vida. Ele alerta para a necessidade de atenção às exclusões contratuais, como condições preexistentes, doenças autoimunes ou procedimentos estéticos.
Quanto ao valor das indenizações, Queiroga afirma que elas são calculadas com base na realidade financeira do segurado: “O seguro tem que fazer sentido na vida do mesmo, portanto o valor deve corresponder à sua realidade financeira.”
Entre as modalidades mais procuradas está a renda hospitalar, que garante suporte financeiro durante o período de internação. “O objetivo é manter o padrão de vida do segurado e cobrir despesas não contempladas por planos de saúde ou pelo SUS”, completa.
Para quem está contratando um seguro com cobertura em vida pela primeira vez, Queiroga orienta: “Mantenha-se saudável. Faça atividades seguras, não se exponha. Ninguém faz seguro pensando em usar, mas se precisar, é bom ter.”
O crescimento dos seguros com cobertura em vida evidencia uma mudança de mentalidade entre os brasileiros, que buscam não apenas segurança para o futuro, mas também proteção diante dos imprevistos do presente.